sexta-feira, 9 de abril de 2010

FILHO É FLECHA

"Como flechas na mão do guerreiro,
assim são os filhos..".
Salmo 127.4

A alegria dos pais é ver os filhos vencendo na vida!
Por outro lado, não há tristeza maior que vê-los derrotados. Mas, como evitar isso?
A Bíblia dá aos pais algumas dicas excelentes no Salmo 127.4, ao dizer que os filhos são como flechas na mão do guerreiro.
Esta comparação é muito rica em significado. Por exemplo:
a) Quem já tentou arremessar uma flecha sabe que não é nada fácil atingir o alvo. O mesmo se dá com nossos filhos: não é nada fácil fazê-los atingir o alvo da vida.
b) A lógica da flecha é ir mais longe que o arqueiro. Isto também é verdade em relação aos nossos filhos: queremos que eles vão mais longe que nós (pais que não tiveram a oportunidade de estudar fazem questão que seus filhos cursem uma faculdade; casais que pagaram aluguel a vida inteira lutam para que seus filhos tenham casa própria; e assim por diante).
Mas, para que a flecha acerte o alvo, algumas condições precisam ser satisfeitas:

1. AS FLECHAS TÊM QUE ESTAR NA MÃO DO GUERREIRO
Esta é uma das verdades mais impressionantes deste verso bíblico: O sucesso dos nossos filhos está em nossas mãos. Depende muito mais de nós do que deles.
Às vezes, alguns casais dizem que criaram os seus filhos todos da mesma maneira, mas, inexplicavelmente, uns saíram-se melhor que os outros. Não é verdade! Primeiro, ninguém consegue criar dois filhos da mesma maneira, pois, cada filho é diferente. Segundo, tentar criá-los da mesma maneira é um erro, pois, assim como um guerreiro percebe as diferenças entre uma flecha e outra (e leva isto em consideração na hora de lançá-las), precisamos “decifrar” os nossos filhos e tratar cada um deles de forma diferenciada, personalizada. Isto não é discriminação (no sentido pejorativo da palavra), mas amor – que leva em conta a individualidade.
Eles estão em nossas mãos e em nossas mãos devem de fato estar. Não os abandonemos à própria sorte.
Façamos a oração de Neemias: “Ó Deus, fortalece as minhas mãos”.

2. É NECESSÁRIO QUE HAJA UM ALVO BEM DEFINIDO À FRENTE
Pode parecer uma tolice dizer isto, mas a verdade é que:
a) Muitas famílias não têm alvo algum à sua frente
As famílias vão “tocando a vida” numa rotina interminável, “sem sal, nem açúcar”. Os pais não conversam com os filhos. Não há sonhos compartilhados. Não há projetos familiares. Não há desafios individuais.
b) Em muitas famílias os alvos escolhidos não são adequados.
- Pais projetando nos filhos aquilo que eles mesmos não puderam ou não quiseram fazer (“Eu não pude estudar, mas meu filho vai ser doutor”).
- Pais passando para os filhos alvos de vida orientados pelo materialismo, egoísmo, exibicionismo, etc.

Não é de se estranhar que com o passar do tempo muitos jovens perdem a motivação para estudar, ter disciplina, trabalhar, etc.
Quais alvos de vida que você tem colocado à frente dos seus filhos? - O quê os seus filhos vão ser quando crescer? Qual é a vocação natural deles?
É claro que os testes de vocação podem nos ajudar a encaminhá-los, mas, a bem da verdade, quem mais conhece os filhos que os próprios pais? Quem melhor para ajudá-los a perceber seus dons naturais?
Ajudemos os nossos filhos a ter um alvo de vida. Um alvo nobre, digno, que leve em conta as suas forças e fraquezas, mas, acima de tudo, um alvo que os leve a Deus, pois, não há felicidade nem futuro algum sem um relacionamento pessoal e verdadeiro com Jesus Cristo.
Desejemos a eles que sejam felizes, prósperos, maduros, úteis, mas, acima de tudo, que sejam homens e mulheres de Deus.

3. O ARQUEIRO PRECISA TER BRAÇO FORTE
Para que uma flecha atinja seu alvo é necessário que o arqueiro tenha braço forte.
Isto também se aplica aos nossos filhos; para que eles atinjam o alvo da vida, os pais precisam ser figuras fortes, marcantes. Precisam exercer autoridade. Estabelecer limites e impor regras. Desde o começo.
Você pode até pensar que eles vão te odiar por isto, mas não se engane, no fundo eles sabem que as regras e os limites são importantes, pois transmitem-lhes segurança e os ensina a conduzir a própria vida. São como as faixas de trânsito no asfalto, que limitam a movimentação dos veículos, mas faz com que todos trafeguem em segurança.
No entanto, nossos filhos são seres dotados de lógica; não basta baixar normas e impor limites como ditadores; é preciso explicar-lhes o porquê. Uma vez que tenham entendido, será mais fácil para eles obedecer.
Porém, se, apesar do diálogo, os filhos insistem em serem rebeldes, os pais devem lhes impor castigos. Pode ser algum castigo físico (como algumas palmadas na bunda, por exemplo) ou pode ser, como se diz, “deixar de castigo”.
Mas, atenção: Jamais espanque ou agrida seu filho – física ou verbalmente.
Eles jamais ficarão magoados com um castigo justo, merecido e bem aplicado. Por outro lado, carregarão na alma – para sempre – a dor da injustiça e da humilhação imposta-lhes por seus pais.

4. O ARQUEIRO PRECISA SER HABILIDOSO
Não basta ter força. É preciso também ter habilidade. Uma flecha lançada com força, mas sem habilidade pode atingir qualquer coisa, inclusive o coração do próprio arqueiro.
Veja algumas habilidades desejáveis nos pais:
a) Saber a hora de dizer “Sim” e saber a hora de dizer “Não”
É preciso saber dizer “não” – impor limites – mas, também é preciso saber ceder. É preciso dar-lhes espaço para crescer, tomar suas próprias decisões (mesmo sabendo que certas decisões não serão boas para eles).
O fato é que eles precisam aprender, inclusive por meio de seus próprios erros. Saber a hora de dizer “sim” é tão importante quanto ser forte para dizer “não”.
Todo bom general sabe quando é hora de atacar e quando é hora de recuar.
A retirada estratégica é tão preciosa quanto um ataque bem planejado.
b) Tratar seu filho com respeito
Respeite-o como ser humano, único, digno.
A criança tratada com respeito aprende a respeitar os outros.
Respeite suas etapas de crescimento, com seus conflitos e necessidades. Até mesmo as formas de motivar e corrigir mudam com o tempo. Por exemplo, um adolescente de 15 anos não se motiva do mesmo jeito que uma criança de 5. O mesmo se dá com o castigo: uma palmada na bunda aos 5 anos pode resolver muitas coisas, mas, aos 15 anos este tipo de castigo é inadequado.
c) Ser coerente
Ninguém gosta quando as “regras do jogo” são mudadas a cada instante, não é mesmo? Você gostaria de trabalhar com um chefe assim?
Agora imagine como deve ser para os filhos quando os pais mudam ou esquecem as regras que eles mesmos criaram?
Isso os deixa irritados e confusos! Lembre-se que a Bíblia nos alerta sobre isso: “Vós, pais, não irriteis a vossos filhos, para que não fiquem desanimados” – Colossenses 3.5.
d) Preparar os filhos para a vida
Muitos pais ficam magoados quando os filhos começam a dar seus primeiros “vôos” sozinhos. Não fique assim!
Tal qual uma flecha depois de lançada, nossos filhos um dia irão embora e terão que se virar sozinhos. Encoraje-os a se tornarem independentes e prepare-os para este dia, treinando-os em pequenas, mas importantes tarefas do dia-a-dia, como, por exemplo, cozinhar, lavar suas próprias roupas, trabalhar, etc.
e) Amá-los incondicionalmente
Muitos filhos têm medo até de tentar devido ao medo de fracassar, pois pensam que seus pais não irão amá-los do mesmo jeito se fracassarem.
Afaste este fantasma da cabeça de seus filhos. Demonstre-lhes seu amor, afeto, carinho permanentemente. Beije-os, honre-os, abrace-os, mime-os. Amor não tem contra indicação. Carinho não estraga ninguém. Afeto não gera desafeto.
A certeza deste amor incondicional irá ajudá-los a crescer e a vencer.

5. A FLECHA PRECISA SER RETA
Nossos filhos também precisam de retidão de caráter, ética, moral.
Ultimamente tem-se falado muito em ética empresarial. Mas, não é deste tipo de ética que eu quero falar, pois a ética empresarial está preocupada tão-somente em oferecer ao cliente uma mercadoria ou serviço de qualidade – visando aumentar seus lucros – independentemente se há ou não ética na sua relação com o meio ambiente, fornecedores, concorrentes e funcionários.
Quero falar de uma ética mais profunda. Intrínseca. Própria do ser. Daquele tipo de caráter que jamais permitirá, por exemplo, lesar o próximo ou trair o cônjuge, quer esteja sendo observado ou não.
Este tipo de caráter não acontece por acaso. Aprende-se com os pais e com os ensinamentos bíblicos.
a) A influência dos pais:
- Através do diálogo
O diálogo permanente com os filhos – desde a mais tenra infância – é essencial para eles. Envolva-se com seus filhos. Conheça seus amigos. Os lugares que eles freqüentam. As ideologias das suas “tribos”. O que eles estão lendo, vendo e ouvindo. Converse com eles sobre drogas, álcool, gravidez, AIDS, violência no trânsito, violência em festas, envolvimento em crimes, amizades de risco, etc. Mas, por favor, não converse com seus filhos somente temas pesados. Converse também, futilidades. Coisas como música, futebol, notícias do dia, o próprio dia (se está bonito ou não), etc. Como você faz com seus amigos. Dê a sua opinião; ouça e valorize a opinião deles. Ajude-os a “interpretar” o mundo.
- Através dos exemplos do dia a dia
Seus filhos estão de olho em você. Você é o seu primeiro, maior e principal referencial deles. “O que você faz fala mais alto do que aquilo que você diz” (autor desconhecido).
Por exemplo, um pai que põe o filho ao telefone e o manda dizer que não está em casa, não conseguirá jamais convencê-lo que mentir é errado.
b) Os ensinamentos bíblicos
Ao contrário da ética e moral humana – que são filosóficas ou puramente pragmáticas – a ética e moral divina são REVELADAS.
Os princípios éticos e morais bíblicos são universais (aplicam-se a todos os homens, de todas as épocas e lugares) e são eternos, isto é, valiam no passado, valem hoje e continuarão a valer amanhã. Por exemplo, assassinar outro ser humano sempre foi errado e continuará a sê-lo em todos tempos, lugares e culturas.
Independentemente de sua religião, ensine para seus filhos a retidão de caráter preconizada na Bíblia. Os ensinamentos bíblicos não mudam – seus filhos jamais ficarão confundidos quando ao que é certo e errado, ou quanto ao que devem ou não fazer.
Além disso, abra seu coração e convide Jesus para entrar em sua vida e em sua casa. Quando o Espírito Santo de Deus age no coração humano, ele transforma a pessoa literalmente. A ética e a moral reveladas por Deus na Bíblia incorporam-se na alma do cristão.

6. A GRAÇA DE DEUS PRECISA SER UMA REALIDADE FAMILIAR
Ensine seus filhos a dependerem de Deus e da Sua graça.
Mesmo quando o arqueiro é forte e habilidoso, a flecha é reta e o alvo à frente é bem definido, ainda assim não há garantias de que a flecha irá atingir o alvo, pois no meio do caminho pode surgir um obstáculo ou um vento pode desviar a flecha.
O mesmo pode acontecer com nossos filhos: obstáculos podem aparecer no meio do caminho (influência negativa de amigos, vícios, prostituição, etc.) ou ventos contrários podem desviá-los do alvo (fatalidades, doenças, pobreza, desemprego, etc.).
Não podemos contar com a sorte, no que diz respeito aos de nossos filhos, pois a sorte pode falhar. Temos que contar com a graça de Deus, pois DEUS NUNCA FALHA.
Precisamos da graça de Deus. Somente Ele pode nos ajudar. Até mesmo quando as demais condições não estão naquele ponto ideal, Ele (e somente Ele) pode nos ajudar.
Sua graça redime, liberta, restaura, aperfeiçoa. Sua graça nos basta. Quando, enfim, nossos filhos atingirem o alvo, diremos em alta voz: Graças a Deus!

FILHOS SÃO FLECHAS:
- As flechas têm que estar na mão do guerreiro.
- É necessário que haja um alvo bem definido à frente.
- O arqueiro precisa ter braço forte.
- O arqueiro precisa ser habilidoso.
- A flecha precisa ser reta.
- A graça de Deus precisa ser uma realidade familiar.

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